terça-feira, 13 de setembro de 2011

Bipolaridade: da euforia a uma depressão profunda




Patrícia Schulz

Você já se sentiu completamente feliz, achando que o mundo estava de portas abertas para você, que podia fazer qualquer coisa, pois tudo daria certo, e logo depois sentiu uma grande tristeza? Esse é um dos principais sintomas da bipolaridade, que é um transtorno de humor que atinge muitos jovens. Entretanto, nem todas as pessoas que possuem alguns dos seus sintomas sofrem realmente com esta doença, pois muitos destes indícios são normais, e eles aparecem em virtude daquilo que vai acontecendo na vida de cada um. Mas então, o que caracteriza esta enfermidade? Existe cura? Quais os tratamentos indicados?
Segundo o médico psiquiatra Thiago Lemos Ribeiro da Silva, 32, a bipolaridade é uma alteração muito expressiva no humor do indivíduo. “Quando a pessoa possui a doença, ela já não consegue mais trabalhar, fica muito agitada, fala alto.” De acordo com o médico outros sintomas são visíveis nesse paciente. “O paciente portador desta enfermidade oscila entre fases de equilíbrio emocional, fases em que está deprimido e outras em que fica eufórico. Nem todos passam por todas as fases, alguns acabam apresentando apenas um pólo da doença, esses são chamados de unipolar”.

Características
Quando se está com o humor deprimido, o sujeito tende a ficar isolado, não conversa com ninguém, não quer sair de casa. Já na fase eufórica, ele acaba se expondo demais, colocando-se muitas vezes em posições perigosas. “A libido sexual pode aumentar, e assim a pessoa pode acabar fazendo algo que vá contra seus princípios”, ressalta o psiquiatra.
O especialista comenta que é comum durante as crises que pacientes tenham alucinações. “Certa vez, um doente que eu tratava, quase comprou um avião”. Quando se está sofrendo um surto à pessoa pode acreditar ser super poderosa, e vir a criar um mundo fictício.
É importante procurar um médico psiquiatra quando se está com dúvidas. “Muitos pacientes chegam a cometer loucuras, através de seus delírios. Além disso, cada crise pode representar a morte de muitos neurônios”, comenta o médico.

Diagnóstico
Não existe exame para identificar a doença. O paciente precisa conversar com um médico que analisará todo o histórico do indivíduo para detectar se há ou não a presença da doença.
Muitos sentem vergonha em procurar ajuda de um psiquiatra. O médico Thiago Silva conta que este preconceito não precisa existir. “Grande parte das pessoas que consultamos não sofrem com distúrbios mentais. A maioria dos pacientes que procura um especialista sofre com ansiedade ou depressão”.

Juventude
Esta patologia é na verdade da juventude. Segundo o médico normalmente as primeiras crises ocorrem até os 25 anos, após essa idade é raro apresentar a doença.
Os fatores para o desenvolvimento da patologia são hereditários, mas podem ser agravados dependendo da vida de cada indivíduo. O excesso do estresse, a má alimentação e a falta de sono regular podem fazer com que a enfermidade se desenvolva.

Superação
Para o controle da bipolaridade é necessário o uso de medicamentos, que muitas vezes são disponibilizados nos postos de saúde. “Um exemplo é o lítio, que atua muito bem nos doentes. Este remédio tem disponível na farmácia popular do governo”, destaca o psiquiatra.
“Não existe cura, porém com o tratamento o paciente pode levar uma vida normal, através da medicação conseguimos controlar todos os sintomas. Quase 100% dos pacientes respondem bem ao tratamento”, enaltece.
Como vimos, esta doença pode ser totalmente controlada, e assim o portador consegue levar uma vida normal. O uso dos remédios é bastante importante, e segundo o médico estar envolvido em alguma atividade ajuda o paciente. “Está comprovado que a fé ajuda na recuperação”, finaliza.


                                                                                            

Um comentário:

  1. Gostaria do e-mail do Dr. Thiago...
    Meu contato: chrisffigueiredo@yahoo.com.br

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