quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Gostar do que faz é o segredo do sucesso
                                                Arquivo OP

por Jaqueline Galvão


Pessoa de uma simplicidade incomum, com semblante sério e um sorriso estampado no rosto, este, é Neander Kloss, 46, natural de Afonso Cláudio – ES, bacharel em Teologia e licenciado em Pedagogia, esta a frente da direção do Colégio Rui Barbosa há 19 anos e da Faculdade Luterana Rui Barbosa há 08 anos. Eleito recentemente vice-presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Marechal Cândido Rondon – Acimacar. Fala do trabalho com entusiasmo de quem gosta do que faz, provocando e estimulando mudanças. Nesta entrevista que concedeu ao Jornal Giro Acadêmico fala de suas experiências e dos desafios enfrentados ao longo da sua carreira.

Toca das Raposas - O Senhor é diretor de uma das instituições privadas mais conceituadas da região. Como avalia o sistema de ensino adotado pelas escolas particulares?

Neander Kloss - O grande diferencial que nós temos em Marechal Cândido Rondon é que as três escolas particulares são confessionais, não tem finalidade lucrativa. Se fossem empresas normais, em algum momento da história, derepente, alguma delas já teria fechado. Mas, a própria comunidade não deixa isto acontecer, existe muita gente que trabalha com voluntariado, por exemplo, aqui os colaboradores da diretoria são todos voluntários. Entre as melhores escolas do Brasil estão às confessionais, as quais têm uma tradição na igreja católica e na luterana de manter um padrão de qualidade no ensino. Existe uma rede de escolas confessionais e a nossa tem quase 50 instituições no Brasil, mantemos eventos conjuntos, treinamentos, projetos, além disso, o fato de não visar lucro nos diferencia das demais, tudo que arrecadamos é investido na qualidade da educação.

TDR - Como é para o Senhor estar em contato com os acadêmicos diariamente?

NK - Estou lecionando Cultura Religiosa durante o primeiro semestre. Faço um contexto religioso para as pessoas entenderem a sociedade melhor. Esta, não tem nada sem a religião. Identifico-me, gosto de dar aula, é uma forma de conhecer os alunos, só na graduação tem em torno de 600, se bobear passo o curso inteiro e eu acabo nem conversando com eles.

TDR – O que esta vivência beneficia a sua vida?

NK - Quando assumi a direção eu já tinha uma facilidade em lidar com pessoas de todas as idades e níveis sociais, o que vem melhorando cada vez mais. Minha função é administrar pressões da família, dos alunos, da relação aluno-professor. Saber lidar com questões do dia no dia é fundamental, onde tem pessoas tem problemas, saber conduzir estas questões é o grande legado que a experiência esta me deixando.

TDR - Para o educador, com as novas tecnologias cada vez mais presentes e a informação a um clik, qual é o principal desafio enfrentado, hoje, para prender a atenção dos alunos sem deixar de lado a qualidade do ensino?

NK - Acredito que o grande desafio é fazer com que os professores aprendam e dominem esta ferramenta. As novas tecnologias não devem ser vistas como um problema, mas sim, como uma oportunidade. O endereço eletrônico é o meio que me comunico com os alunos e professores, o que facilita e muito o contato com eles. Outra mídia interessante é os blogs. Tem muita coisa que o professor pode aproveitar. Atualmente, dúvidas, questionamentos e informações podem ser buscadas durante a aula através de uma pesquisa on-line. Antes, se o professor não tinha resposta, quando questionado, pesquisava em livros e trazia para a próxima aula. Agora, com a internet, a informação esta ao alcance de todos e em qualquer lugar.

TDR - As iniciativas que envolvem a área administrativa dependem de diversas variáveis e o sucesso em coordenar tudo isso demonstra a habilidade para administrar mudanças. De que forma, o Senhor, controla seu tempo quando administra mudanças?

NK - Eu provoco muitas mudanças (risos). Sempre me falam que não é bom ficar muito tempo em uma mesma escola ou na mesma igreja, e eu sempre respondo: ­­ - Eu nunca estive na mesma escola! Era uma escola quando eu cheguei aqui, hoje você encontra um ambiente escolar com outras características: os funcionários, os professores mudaram e os pais que antes eram alunos hoje trazem seus filhos para estudar aqui. Projetos, fracassos e sucesso andam juntos, mas é preciso instigar mudanças. Você precisa mudar! A cada novo desafio um novo conhecimento e todo crescimento gera sofrimento.

TDR - Como o Senhor lida com os conflitos?

NK – Não tenho muitos conflitos (risos). Para não gerar conflitos, o interessante, é as pessoas saberem quem você é de fato. Às vezes, as pessoas com as quais trabalho levam assuntos para uma reunião e comentam que não vem conversar comigo pois sempre acabo convencendo-as que estão erradas (risos). Se você convence, é porque tem bons argumentos!

TDR - Como o Senhor constrói, gerencia e mantém sua rede de contatos?

NK - Não tenho como abordar todo mundo, mas procuro manter um contato semanal com todos os funcionários, sempre procuro cultivar boas relações profissionais. Procuro lembrar os aniversários, tenho anotados aqui na minha agenda, se os tenho aqui é porque são importantes pra mim. O trabalho possui alguns aspectos técnicos, busco me reunir com uma pessoa de cada área da instituição uma vez por semana para resolver possíveis problemas.  Então, nenhum problema passa sem ser resolvido por mais de uma semana. Como meio de comunicação o boletim Tagarela é interessante, pois, se precisamos informar alguma coisa, o utilizamos.

TDR - O Senhor esta a frente da diretoria da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Marechal Cândido Rondon desde 1995. Em 2011, foi eleito vice-presidente da Acimacar, um reconhecimento pelo trabalho prestado a instituição. O que esta experiência te trouxe de crescimento profissional?

NK – Em dezembro de 1995 eu assumi a direção da Acimacar e um ano depois eu recebi meu primeiro prêmio: Personalidade do Ano.  Quando eu assumi a direção o que tinha de curso na Acimacar eu fiz, meu aprendizado na área de administração foi todo lá. Sempre procurei participar de palestras e me inteirar dos assuntos do momento, do que esta acontecendo na sociedade. A diretoria da Acimacar é composta de muitos profissionais bons e você acaba aprendendo e crescendo bastante.

TDR – Se o Senhor pudesse resumir a sua experiência em uma frase, qual seria?

NK - O perdedor diz: _É possível, mas é difícil! E o vencedor diz: _ É difícil, mas é possível!

TDR - O Senhor esteve à frente da Faculdade Luterana Rui Barbosa desde o projeto de implantação, como foi receber o convite para assumir também a Direção deste novo empreendimento?

NK - Foi natural. No começo, tudo é mais complicado. Todo começo é difícil! Sempre tem ajustes pra fazer! Hoje, o empreendimento se tornou viável e creio que esta fazendo o seu papel. Nunca se ouviu dizer que uma Faculdade tem 600 alunos em um curso só. Meu grande medo sempre foi à qualidade do corpo docente e hoje, este, é o nosso ponto forte!

TDR - Que tipo de soluções inovadoras o Senhor já criou na Faculdade?

NK - A mais inovadora foi a PósFlex. Hoje contamos com 15 cursos onde você escolhe a data, a disciplina, o professor e o horário das aulas conforme a sua área de interesse e o calendário acadêmico. Tem muita coisa que ouso falar e procuro aplicar, experiências que vivencio e transformo em idéias aplicáveis.

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